20 de nov. de 2010

Keep looking at me ;

Madrugada. Tempo fresco, poderia usar um casaco agora se quisesse. O sono permeia em mim e fica mais difícil separar o real do imaginário. Não posso confiar em meus olhos ao olhar pela janela. Fito com um pouquinho mais de coragem esse breu do lado de fora e acabo vendo a mim mesma, talvez com uma certa arrogância. Tento procurar significados para os meus devaneios, de certa forma muito fantasiosos. Tento entender o que significa essa nova presença, e num momento de utopia, imagino um futuro estranho. Volto abruptamente ao presente, culpo a sonolência por estar tendo pensamentos tão errôneos, tão... distantes dessa realidade absurda. Sinto um certo receio em dormir e ter sonhos caóticos, como essa fragmentação de personalidade. Pego um livro e o folheio, sem prestar muita atenção naquele monte de letras grafadas. Escrito por alguém tão alienado quanto essa personagem, talvez. Deito-o na escrivaninha e volto a olhar pela janela. Percebo a vontade de ver aqueles olhos de novo. Aqueles olhos grandes, selados em segredos que em poucas olhadelas possuem minha atenção. E minha vontade de desvendá-los. Pensar que vejo aqueles olhos há tanto tempo e nunca prestara atenção. E não consigo me lembrar o que me fez prestar logo agora. Tudo anda se parecendo tão automático e ver seu brilho faz com que tudo torne a ter vida. A importância disso pra mim é tão genuína e me prende, curiosamente. Aqueles olhos olham pra mim e tentam derreter o gelo nos meus, enquanto os meus, tentam derreter-se. Mas não consigo deixar que isso dure muito tempo. Logo desvio o olhar e quando volto, os olhos tentam ficar tão frios quanto os meus. Tento reacender a chama de curiosidade que parece tão presente naqueles olhos, mas ela já está camuflada pelo falso desinteresse. Me deixa tão aturdida e confusa... Meço cada uma de minhas ações tentando não afastá-la e não dar a entender o sentimento errado. Percebo uma pequena mudança de hábitos. Afinal, hoje choveu e senti algo muito diferente do que costumava sentir. Novas lembranças começam a aflorescer e a chuva não tem mais o mesmo clima nostálgico. Tudo está tão diferente. Uma alegria quase iminente. Tento me esquecer do mundo e daqueles olhos. Deito-me na cama, o dia está quase amanhecendo. O fim da noite e de meus pensamentos turbulentos.

Lyah.

17 de nov. de 2010

Self-expression ;

Eu não sei mais o que fazer com esse tempo, com essas horas que não sabem se passam devagar ou rapidamente. Não sei se jogo tudo fora ou se simplesmente vou empurrando, esperando bater em alguma espécie de parede. Não sei se devo confrontar, se devo me mostrar. Ainda não sei se é certo me esconder ou errado querer sumir. Sei que eu continuo aqui, tentando achar resposta para uma pergunta que não existe. Às vezes doi quando o silêncio grita contra o meu vazio.Contra todo aquele espaço onde era para ter um coração. Me sinto cada vez mais fria, mais distante. E, mais uma vez, não sei se isso é correto. Se eu deveria me sentir assim, ou até além, se é saudável me sentir assim. Admito que nunca me trouxe grandes problemas, de vez em quando surgem frases como: "Você devia se expressar mais, devia demonstrar mais o que sente", e eu sempre fico tentada em perguntar: "E como se faz isso?". Eu só sei escrever sobre sentimento. E escrevo sem muita experiência. Sei de paixões arrasadoras e um amor esquisito. Cobram de mim atitudes que eu não conheço, e se não conheço, como posso agir? Prefiro a espontaneidade de um olhar, um sorriso de poucos segundos, do que todo esse teatro maquiado onde atores encenam suas vidas amorosas e dizem o que sentem agindo com um desvio de olhar mal interpretado ou um sorriso demorado demais. E, sinceramente, não me sinto mal em ser excluída dessa encenação. Expressar o que sinto não vai adiantar muita coisa. 


Lyah.

5 de nov. de 2010

Honestly ;

Andei pensando, refletindo sobre as coisas. Fiz um monte de burradas, mas o melhor é não ter tentado consertá-las. Como será possível ser "honestly liar"? Escrevo em inglês, porque em outra língua não parece ser tão impactante como seria se estivesse escrito em português. Imagina se você lesse, "como será possível ser honestamente mentirosa?", com certeza ficaria temeroso quanto à minha índole. Bem, não se preocupe, apesar dos pesares sou, ou tento, ser uma pessoa no mínimo confiável com os segredos dos outros. Não consigo manter os meus próprios calados... Eles tentam sair, e saem atropelando a língua e todo mundo que vier se meter na frente. Alguns desses segredos nem chegam a ser verdades... Esquecem de acontecer. Ficam lá pairando na minha mente, esperando pelo primeiro impulso de saírem. Isso sempre aconteceu. Minha vida inteira. Ah, essa impulsividade... Já me meteu em muitas enrascadas. Mas aprendi a lidar com isso. Percebi o quanto era errado querer mudar algo que me ajudava a aprender, afinal, se não fosse por impulso, não teria errado tanto. Não teria aprendido nada.

Lyah.